1993 Depois de dez anos, meu pai reapareceu em uma quinta. Quase três da tarde. Ele tinha sumido em uma terça de 1983 pela hora do almoço. Fingiu que não me reconhecia. Quem é você? Minha mãe, um pouco. Sua expressão não me é estranha? Minha irmã, com clareza. Minha mais querida filha, como você … Continuar lendo
Ne me quitte pas – degustação
— Meu mundo caiu/ E me fez ficar assim/ Você conseguiu/ E agora diz que tem pena de mim… Antes de fechar a porta já sei: minha mãe está bêbada! — Não sei se me explico bem/ Eu nada pedi/ Nem a você nem a ninguém/ Não fui eu que caí… … Continuar lendo
Baratas!!
Pleno sábado quente. Eu vendo televisão, pensando em que peça irei filar um gratuito. Companhia. Imagino que o vizinho do 1401, em baixo do meu, avisando que iria fazer muito mais barulho. O otário estava mexendo em um encanamento entupido. Atendo. Não era. Era a fabulosa do 503! Uma meninota de mais ou menos trinta … Continuar lendo
Uma noite mal dormida
Para Amélia, sou uma piada enquanto para um mendigo, uma carteira. Para Bernarda, um desejo, como para pai: um prejuízo. Para Cintia, um demônio enquanto para a ex-noiva, uma vaga lembrança. Para Dinorá, meiguice como para o diretorzinho, obsoleto. Para Eunice, frágil enquanto para a vizinha, cruel. Para Fabiana, uma rocha como para o avô, … Continuar lendo
Sonhos de uma noite de verão
14 de novembro de 1992 – Sábado Depois de uma temporada fracassada com “Sonhos de uma noite de verão”. Não estava para muita conversa. Do nada chegou Juan com aquele jeito enjoado de malandro. — E aí? — Não tô pra papo, pode sentar e beber … — Não disse nada, pediu um chopp. Bebemos … Continuar lendo
Manual do futuro egresso
Conto 21 – 1986 A caminhada é a seguinte: — Coxinha é policial. Meganha também. — Nem antes, nem depois e nem no dia de visita: não espoca a silibina. — Se der e tomar vai virar corcunda. — A mulher do outro é outro. — Raio é um amontoado de celas. … Continuar lendo